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Refriango vai produzir por ano cinco milhões de litros de leite

O país dispõe, desde sábado, de uma nova linha de produção de leite, inaugurada pelo ministro do Comércio e Indústria, nas instalações da fábrica Refriango, no complexo industrial do Kikuxi, em Luanda.

A nova linha tem capacidade de produzir 20 mil litros por hora, sendo que numa primeira fase vai colocar no mercado mais de cinco milhões de litros por ano. O investimento de cinco milhões de dólares surge da parceria entre a fábrica nacional e a marca espanhola de lacticínios Pascual.

A fábrica vai garantir a produção a partir da transformação da matéria-prima importada de Espanha, Portugal, Nova Zelândia, e colocar no mercado angolano o leite em líquido e pó em embalagens adquiridas localmente.

Diogo Caldas, director-geral da Refriango, revelou que o investimento permitiu a abertura de 150 novos postos de trabalho, dos quais 99 por cento é ocupado por nacionais. Disse esperar pelo retorno do investimento a curto prazo, para depois aumentar a capacidade de produção.

O director internacional da marca Pascual, Tomás Meléndez, admitiu a possibilidade de duplicar o investimento inicial feito em Angola. Meléndez considerou o mercado angolano como estratégico para a marca, por ter mais de 55 por cento de quota do mercado”.

O responsável da marca espanhola de lacticínios realçou ser intenção comercializar o produto a preços acessíveis e torná-lo apetecível para a exportação na região da SADC e nos países vizinhos.

“Estamos satisfeitos com o resultado da presença dos nossos produtos. Assumimos o risco de entrar nessa parceria com a Refriango por termos os mesmos valores, além de que Angola é um país estável, com perspectivas para o crescimento em todos os sectores e com um Executivo com políticas muito bem definidas para o investidor”, sustentou.

País está longe da auto-suficiência

O país está ainda muito distante de atingir a auto-suficiência na produção de lacticínios, por estar, actualmente, a importar mais de 90 por cento do que é consumido em Angola, afirmou o ministro da Indústria e Comércio.

Sem avançar números, Victor Fernandes disse que a importação de produtos como o leite, yogurte e o queijo é, ainda, quase igual ao consumo dos mesmos no país. “Não podemos ainda falar em gerar auto-suficiência, por estar aquém das capacidades de produção que pretendemos”.

O ministro realçou a importância da parceria, por configurar um sinal de redução das importações e do custo dos produtos, além de contribuir para a economia nacional.

O governante convidou o empresariado estrangeiro a investir no país, por, sustentou, haver um ambiente de negócios propício para investimento. “Gostaríamos que fossem instaladas em Angola muitas outras linhas de produção com a capacidade que dispõe essa fábrica, pois acções do género orgulham-nos por estar a ajudar a economia nacional, o que significa também que há condições para investir em Angola, apesar dos riscos e desafios”, disse.

Victor Fernandes afirmou também que o país não tem ainda capacidade para fornecer matérias-primas para suportar a produção de lacticínios. “A pecuária está em crescimento, ainda assim são os investidores que escolhem onde adquirir a matéria-prima que necessitam para a sua linha de produção”, explicou o ministro que considerou o investimento uma oportunidade para os produtores de gado e um desafio para quem pretende investir na pecuária.

De acordo com o ministro, o investimento abre uma porta para o fomento do sector, na medida em que os produtores primários de leite nacional devem apostar muito mais para que os seus produtos atinjam a qualidade desejada pelas indústrias e haja constância na produção. “Devem aproveitar esses investimentos para ganharem experiência e desenvolverem de acordo com a qualidade que estas empresas precisam”, disse.

Victor Fernandes revelou que o sector teve, no ano passado, um crescimento de 6.2 por cento, prevendo que a tendência de crescimento seja a mesma no ano em curso.

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