PJ guineense detém cabecilha de rede de tráfico de vistos
O alegado cabecilha de uma rede de tráfico de vistos na Guiné-Bissau foi detido numa operação em que foram apreendidos mais de mil passaportes e documentação para agendamentos, divulgou esta quarta-feira, dia 3, a Polícia Judiciária (PJ) guineense.
A detenção e a apreensão de mais de mil passaportes e documentação ocorreu durante uma operação desencadeada há três dias, no âmbito de uma investigação sobre um grupo de pessoas “devidamente organizadas numa estrutura dedicada a agendamentos e processos de concessão de vistos, nomeadamente para Portugal”, referiu o director nacional da PJ, Domingos Monteiro Correia.
Na sequência da investigação em curso, foram executados mandados de busca e apreensão emitidos pelo Ministério Público, e detido o principal suspeito da rede que cobra “valores exorbitantes, a partir de 500, 600 até um milhão de francos CFA (entre 753 e 1.615 USD) por um processo, que custa cerca de 96 USD pelas vias legais.
Esquema passava por açambarcar vagas para agendamento
O esquema, segundo as autoridades, consistia em açambarcar as vagas para agendamento de pedido de visto disponibilizadas periodicamente online, condicionando o acesso de quem necessitava, obrigando assim os interessados a pagar para conseguir o visto.
Além das perdas e prejuízos financeiras para as vítimas deste esquema que se arrasta há vários anos na Guiné-Bissau, em causa estão crimes como falsificação qualificada e associação criminosa, de acordo com o director nacional da PJ. Não é uma mera burla“, salientou, aproveitando a ocasião para apelar à população para que não ceda a estes esquemas.
Domingos Monteiro Correia vincou que “há procedimentos legais de aquisição de vistos junto das entidades competentes. É preferível, antes de se envolverem em qualquer promessa, recolher informações, contactar as entidades competentes para o efeito, concretamente a embaixada, para aquisição de visto ou agendamento“, enfatizou.
O director nacional referiu que há algum tempo que a PJ está a trabalhar neste assunto e que “já apreendeu milhares de comprovativos de valores pagos e processos”.
Mesmo com a detenção daquele que é considerado o principal suspeito, a investigação continua, segundo o director nacional, que diz que há mais pessoas implicadas e que a PJ “pretende descortinar tudo”.
Referiu ainda que a investigação não se circunscreve a Bissau, mas decorre em todo o país, já que este esquema “tem uma rede de angariadores de candidatos nas várias regiões” da Guiné-Bissau.