Fotografia icónica de Winston Churchill desaparece de hotel no Canada
Uma famosa fotografia do antigo primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, tirada em 1941, desapareceu de um hotel de Otava, na Canadá, tendo sido substituída por uma falsificação.
A fotografia – conhecida como “o Leão Rugidor” – foi tirada pelo fotógrafo Yousuf Karsh, pouco depois de Churchill ter feito um discurso em tempo de guerra ao parlamento do Canadá.
A 19 de Agosto último, um funcionário do hotel Château Laurier reparou, pela primeira vez, que a fotografia tinha sido substituída. A polícia está a investigar o incidente.
A fotografia é uma das mais icónicas de Churchill, e mostra o líder no Parlamento canadiano momentos depois de Karsh ter tirado um charuto da boca de Churchill.
“Estendi um cinzeiro, mas ele não quis desfazer-se do charuto. Esperei. Ele continuou a agarrar-se vigorosamente ao charuto. Esperei”, recordou, mais tarde, Karsh. “Depois aproximei-me dele e, sem premeditação, mas sempre com respeito, disse: ‘perdoe-me senhor’, e arranquei-lhe o charuto da boca”.
Quando Karsh voltou para a sua máquina fotográfica, escreveu: Churchill parecia “tão melindrado que podia ter-me devorado. Foi nesse instante que tirei a fotografia”, acrescentou.
O Château Laurier percebeu pela primeira vez que alguma coisa estava errada na sexta-feira, quando elementos do pessoal notaram que a moldura da fotografia não correspondia à de outras imagens de Karsh na mesma sala.
Depois de investigar e confirmar com os herdeiros de Karsh, o hotel determinou que a fotografia tinha sido “substituída por uma cópia do original”. Não é claro quanto tempo passou desde que a imagem original foi tirada.
“Estamos profundamente consternados com este acto descarado”, disse a directora-geral do hotel, Geneviève Dumas, num depoimento. “O hotel tem muito orgulhoso em albergar esta espantosa colecção Karsh, que foi instalada em segurança em 1998.”
Refira-se que o hotel é explorado pela Fairmont Hotels & Resorts, uma subsidiária da Accor Hotels, com sede em Toronto. O caso está agora entregue à polícia de Otava, que lançou uma investigação sobre a fotografia desaparecida.
Karsh, que morreu em 2002, é considerado um dos famosos fotógrafos de retratos do século XX, tendo fotografado personalidades como Rainha Elizabeth II, Nelson Mandela e Martin Luther King, Fidel Castro, Muhammad Ali, Andy Warhol, entre outras.
Karsh residiu no Château Laurier entre 1972 e 1992, onde instalou um estúdio.