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Executivo vai continuar a apostar na modernização das infra-estruturas

O ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, defendeu, em Luanda, que nenhum país pode desenvolver-se sem que tenha as infra-estruturas adequadas, que lhe garantam um crescimento sustentado e eficiente da sua economia.

Manual Nunes Júnior, que discursou na cerimónia de abertura do 42º Conselho Anual dos Portos da África Ocidental e Central, que decorre no Centro de Convenções de Belas, apontou que, as infra-estruturas, incluem as do sector dos Transportes, como as portuárias, aeroportuárias, rodoviárias e aéreas, que são a base para assegurar a circulação rápida e segura de pessoas e bens, dentro e fora do território nacional.

Para o ministro, devido à importância que as infra-estruturas dos Transportes assumem na economia no país, o Executivo, nos últimos cincos anos, implementou projectos estruturantes e relevantes, que permitiram a expansão e a modernização do sector, com destaque ao concurso público internacional, para a concessão do Caminho-de-ferro de Benguela, no chamado Corredor do Lobito, cujo processo já está concluído.

Lembrou que, no ramo marítimo-portuário, iniciou-se o transporte marítimo de passageiros e mercadorias, na ligação Luanda-Soyo-Cabinda, o que elevou a diversificação de opções de mobilidade, principalmente, para a província de Cabinda.

De acordo com o ministro de Estado e da Coordenação Económica, no ramo da aviação civil, o Executivo está a trabalhar afincadamente para a conclusão e entrada em operação, no próximo ano, do novo Aeroporto Internacional de Luanda.

Indicou que, a par do Aeroporto Internacional de Luanda, o Governo vai iniciar com a construção do novo Aeroporto Internacional de Cabinda e do aeroporto de Mbanza Congo, o que vai criar mais competitividade para a província do Zaire.

Assegurou que o Executivo vai, também, concluir a implementação do Programa de modernização dos sistemas de apoio à Navegação e controlo do espaço aéreo nacional, com o objectivo de torná-lo mais seguro e eficiente para todos os utilizadores nacionais e estrangeiros.

Durante a sua intervenção, Manuel Nunes Júnior destacou que, o Governo vai trabalhar na interligação, entre os Caminhos de Ferro de Luanda e os Caminhos de Ferro de Benguela, com o projecto de extensão da linha de Malanje até Saurimo, estando asseguradas as condições para o lançamento do programa de ligação das cidades do Luena/Saurimo, materializando assim, o primeiro ponto de conexão, entre as linhas férreas nacionais.

Obras em Cabinda

Nunes Júnior disse que o Executivo está a trabalhar para concluir a construção do Quebra-Mar, afecto à nova ponte-Cais de Cabinda, com o objectivo de reforçar o funcionamento dos terminais de cabotagem de Luanda, Cabinda e Soyo, o que vai permitir aumentar a capacidade de transportação de carga e de passageiros, com o conforto e segurança.

“Vamos concluir a construção do terminal Marítimo de Águas Profundas do Caio, em Cabinda, bem como arrancar com o projecto da Zona Franca adjacente. Um projecto que para além de transformar a província num Hub logístico, irá gerar muitos postos de trabalho”, disse, indicando que o Executivo tem, igualmente, o projecto designado por “nova geração”, que é o de Desenvolvimento da Barra do Dande, Zona Franca, cujo plano director está traçado.

Adiantou que o Governo tem, também, o projecto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes, que vai expandir o Porto do Namibe, com um novo Terminal de contentores, bem como da reabilitação do Terminal Mineiro do Sacomar.

Transporte marítimo global enfrenta dificuldades

O presidente da Associação dos Portos de Angola (APANG), Alberto Bengue, disse que o transporte marítimo global, está a enfrentar uma situação incomum, em que a oferta e a procura estão numa situação desencontrada.

Alberto Bengue, que também, é o presidente do Conselho de Administração do Porto de Luanda, referiu que, a Covid-19, forçou a redução da produção industrial, razão que não permitiu às empresas portuárias evitarem as consequências danosas da pandemia.

“Podemos dizer sem receio, de estarmos equivocados que os portos de um modo global ainda não atingiram o percentual adequado para garantir a tão necessária produtividade”, notou, referindo que com a subida da inflação, o crescimento do comércio marítimo abrandou em todo o mundo.

“As previsões para o início de 2022 eram de 12,4 mil milhões de toneladas de comércio marítimo, tendo-se registado uma diminuição de 12,2 mil milhões no mesmo ano. Segundo a Organização Mundial do Comércio, o volume do comércio global de mercadorias deverá crescer 3,0 por cento, em 2022, e não os 4,7 por cento, previstos antes, e 3,4 por cento, em 2023. Mas devido à incerteza sobre o conflito na Ucrânia, estes números poderão ser sujeitos a revisão”, disse.

Durante o 42º Conselho Anual dos Portos da África Ocidental e Central, que está a ser promovido pela Associação de Gestão dos Portos da África Ocidental e Central (AGPAOC), em parceria com Associação dos Portos de Angola (APANG), estão a ser abordados temas como “as políticas de sustentabilidade ambiental”, “novos desafios para combater as alterações climáticas”, “economia azul”, “energias limpas”, “envolvimento dos Portos da África Ocidental e Central, na redução dos efeitos do carbono e das opções para a transição energética-situação e perspectivas”.

O evento conta com a participação dos presidentes dos Conselhos de Administração, directores, funcionários seniores e especialistas dos Portos de África Ocidental e Central, de Angola, Guiné Equatorial, Nigéria, Senegal, Gana, Cabo Verde, República do Congo, RDC, Benin, Cote d’Ivoire, Gabão, Camarões, Gâmbia e Liberia.

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