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Eleitores especiais atingem votação recorde na África do Sul

Cerca de 28 milhões de sul-africanos são esperados hoje, quarta-feira, dia 29, em milhares de assembleias de voto em todo o país para votar naquela que é considerada a eleição geral mais importante desde 1994, na qual o ANC poderá perder, pela primeira a maioria absoluta.

Antes de ontem e ontem, dias 27 e 28 respectivamente, decorreu a votação para os chamados eleitores especiais, aqueles que por dificuldades de mobilidade não conseguem deslocar-se às assembleias de voto ou votam antecipadamente por razões profissionais. A Comissão Eleitoral Independente (CEI) da África do Sul debateu-se com muitos problemas logísticos durante estes dois dias.

A CEI informou que as assembleias de voto e as visitas domiciliárias totalizaram 22.626 nos dois dias, tendo sido processados 937.144 eleitores especiais. A comissão afirmou que este número é muito superior ao registado em eleições anteriores e elogiou a diligência dos funcionários eleitorais que visitaram os eleitores nas suas residências e locais de confinamento.

No entanto, alguns membros dos partidos da oposição, que se deslocaram a diferentes locais de votação, apresentaram queixas sobre a credibilidade das eleições, depois de relatos não confirmados de que a polícia tinha entregue boletins de voto em algumas assembleias de voto na província de KwaZulu-Natal, em violação das regras eleitorais.

Fonte da CEI, citada pela agência Lusa, disse que estão acreditadas mais de 170 missões de observação, 18 delas de instituições internacionais e as restantes nacionais. A mesma fonte afirmou que, apesar de a votação ser conhecida após o encerramento das mesas de votação, onde será feita a contagem dos votos, os resultados finais só deverão ser anunciados no domingo, dia 2 de Junho.

A inclusão do antigo Presidente Jacob Zuma nos boletins de voto, bem como a sua inclusão numa lista de candidatos que concorrem a um lugar na Assembleia Nacional, tornou-se um ponto de discórdia entre a CEI e o seu partido, o uMkhonto weSizwe (MK), levando a uma contestação que se prolongou até ao Tribunal Constitucional.

Zuma, que tinha ganho um recurso para que o seu nome fosse incluído como candidato do partido MK no tribunal eleitoral, viu esta decisão anulada pelo tribunal superior poucos dias antes das eleições, pelo que o seu rosto continua a figurar nos boletins de voto.

KwaZulu-Natal em alerta máximo para possível eclosão de violência

Uma análise efectuada pela empresa de segurança privada Fidelity apontou para uma possível ameaça à segurança em KwaZulu-Natal, noticiou o News24. Uma análise de ameaças efectuada pelos serviços secretos da polícia, que circulou nas redes sociais nos dias que antecederam as eleições, também alertou para uma possível ameaça às eleições na província.

O aviso dizia que a polícia estava a trabalhar com a Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF), os serviços de informações criminais e as empresas de segurança privadas para impedir possíveis actos de violência, tanto no dia das eleições como depois das eleições de 29 de Maio.

Em comunicado, o gabinete do Presidente Cyril Ramaphosa afirmou ter informado a Assembleia Nacional de que 2 828 membros da SANDF seriam destacados para o serviço em cooperação com o Serviço de Polícia da África do Sul (SAPS) para prevenir e combater o crime, bem como para manter e preservar a lei e a ordem durante as eleições.

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