Dia Mundial da Ajuda Humanitária exalta figura de Vieira de Mello
Assinala-se amanhã, dia 19 de Agosto, o Dia Mundial da Ajuda Humanitária, mas já hoje, sexta-feira dia 18, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, recordou o 20º aniversário da morte de Sérgio Vieira de Mello num ataque à representação das Nações Unidas no Iraque.
“Naquele dia sombrio perdemos 22 colegas, incluindo o representante especial, Sérgio Vieira de Mello. “Esta tragédia marcou uma mudança na forma como os trabalhadores humanitários operam”, lê-se na mensagem oficial de Guterres.
Há 20 anos, enquanto actuava como representante oficial do Secretário-Geral da ONU para o Iraque, Vieira de Mello foi vítima de um ataque à sede da ONU em Bagdad, onde acabaria por morrer aos 55 anos.
O diplomata brasileiro tornou-se funcionário das Nações Unidas quando tinha apenas 21 anos. Passou a maior parte da sua carreira e servir em missões pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Actuou em crises humanitárias no Bangladesh, Sudão, Chipre, Camboja e Moçambique. Foi responsável pela operação de repatriação e reintegração de moçambicanos que deixaram o país durante a guerra civil. Foi então que aos 28 anos Vieira de Mello assumiu do escritório do ACNUR em Moçambique, tornando-se um dos mais jovens representantes do ACNUR em trabalho de campo.
Entre 1999 e 2002, Sérgio Vieira de Mello liderou a missão da ONU que acompanhou a transição de Timor-Leste para a independência. O compromisso do brasileiro com as causas humanitárias acabou por levá-lo ao cargo de Alto-Comissário das ONU para os Direitos Humanos em 2002, um ano antes de perder a vida no Iraque num atentado reivindicado pela organização extremista Al-Qaeda.
Passado duas décadas as operações humanitárias globais procuram levar ajuda para salvar a vida de 250 milhões de pessoas em 69 países, dez vezes mais do que na época do atentado ao Hotel Canal.