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Corredor do Lobito vai transportar 10 mil toneladas de cobre da RDC

Dez mil toneladas de concentrado de cobre, exploradas pela empresa canadiana “Ivanhoe Mines”, vão ser transportadas, no último trimestre de 2023, através do Corredor do Lobito (Benguela), reduzindo o tempo de viagem na ligação ferroviária entre os países da África Austral.

Para o efeito, a Ivanhoe Mines, que explora as minas de cobre de Kamoa-Kakula, na República Democrática do Congo (RDC), assinou um memorando de entendimento com o consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), que detém a gestão da linha ferroviária do Corredor do Lobito, para fazer o transporte deste minério.

A assinatura desse memorando, anunciado quarta-feira última pelo co-presidente executivo da mineradora canadiana, Robert Friedland, sem precisar a data e o local onde foi rubricado, é o primeiro acordo comercial celebrado pelo consórcio LAR, segundo uma nota de imprensa citada esta quinta-feira pela ANGOP.

De acordo com esse documento, o transporte de cobre através da linha férrea do Corredor do Lobito, que liga a RDC e o Porto do Lobito, num percurso de mil 739 quilómetros, constitui uma alternativa mais rápida que vai encurtar os dias de viagem de forma significativa.

A título de exemplo, uma viagem de ida e volta de Kamoa-Kakula até Durban (África do Sul) leva 50 dias, que serão reduzidos para apenas 20, com a utilização do Corredor do Lobito.

De acordo com a nota, actualmente, a Ivanhoe Mines envia o seu minério por via rodoviária para os portos de Durban, Walvis Bay (Namíbia), Beira (Moçambique) e Dar es Salam (Tanzânia).

A Ivanhoe Mines é uma mineradora canadiana focada na descoberta de cobre e na reconstrução e modernização da histórica mina de zinco, germânio e prata de Kipushi, na RDC, bem como na exploração de ródio-ouro, na África do Sul.

Enquanto isso, a concessão do Corredor do Lobito foi entregue ao consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR) e formalizada no dia 4 de Julho de 2023, numa cerimónia que contou com as presenças dos Presidentes de Angola, da RDC e da Zâmbia.

Constituído pelas empresas Trafigura (49,5%), Mota-Engil (49,5%) e Vecturis S.A (1%), o LAR venceu o concurso internacional no dia 4 de Novembro de 2022, para assegurar a gestão do Corredor do Lobito durante 30 anos.

Nesse sentido, a Lobito Atlantic Railway tem sob sua responsabilidade a transportação de cargas pesadas e a manutenção das infra-estruturas do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).

Ao abrigo do contrato de concessão, o consórcio assumiu o compromisso de investir 455 milhões de euros em Angola e outros 100 milhões na RDC, para melhorar as infra-estruturas do Corredor do Lobito ao nível de capacidade e de segurança, bem como para comprar 35 locomotivas e mil 500 carruagens.

O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por quase mil 300 quilómetros, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Para além disso, a infra-estrutura continua na República Democrática do Congo até Kolwezi, na Zâmbia, num percurso de 400 quilómetros.

O Corredor também está ligado à extensa rede ferroviária administrada pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo (SNCC).

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