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Coreia do Sul promete duplicar ajuda a África até 2030

Embora ainda modesta, a ajuda pública ao desenvolvimento da Coreia do Sul a África está a aumentar significativamente. Este é um dos temas em debate na cimeira Coreia do Sul-África, que está a decorrer em Seul, capital deste país asiático.

Com quase 600 milhões de dólares em 2021, o continente africano é actualmente o segundo maior beneficiário da ajuda de Seul. Os países africanos, liderados pela Etiópia, Egipto e Tanzânia, recebem quase um quarto dos montantes atribuídos ao desenvolvimento pelas autoridades sul-coreanas.

Em 2007, essa percentagem era de apenas 14%. Esta nova ajuda sul-coreana destina-se principalmente a infra-estruturas sociais e económicas, nomeadamente no sector da saúde, mas também à segurança alimentar.

Transformar a ajuda numa verdadeira parceria

A maior parte desta ajuda é canalizada através do sector público de acordo com três métodos: empréstimos com taxas de juro competitivas, subsídios e ajuda ligada a futuras compras de equipamento a empresas sul-coreanas.

Steven Heo, director da ONG Africa Insight, congratulou-se com o aumento da ajuda do seu país, mas criticou o método. “Para além do método tradicional de ajuda a África, temos de transformar esta relação numa verdadeira parceria. Para que possamos dar o nosso apoio para ultrapassar as dificuldades, não apenas com o método coreano, mas trabalhando com os africanos de uma forma mais sustentável. Precisamos desta transformação”, adiantou à RFI. A Coreia do Sul prometeu duplicar a sua ajuda ao desenvolvimento em África até 2030.

Etiópia e Coreia do Sul, proximidade especial

No domingo, dia 2, a Etiópia e a Coreia do Sul assinaram um acordo de financiamento de mil milhões de dólares para vários projectos de desenvolvimento. Os dois países mantêm uma relação especial desde a Guerra da Coreia, em 1953. “Os nossos dois países partilham uma longa história de mais de seis décadas, que remonta ao apoio da Etiópia durante a guerra da Coreia”, declarou o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, que no domingo recordou no X (antigo Twitter) os laços históricos que unem o seu país à Coreia do Sul. Abiy Ahmed visitou o país pela última vez em Agosto de 2019.

O ex-presidente sul-coreano Moon Jae-in descreveu os dois países como “irmãos de sangue”, e cinco acordos de cooperação foram assinados. Em 1950, soldados etíopes participaram na missão das Nações Unidas para ajudar a Coreia do Sul. O Imperador Haile Selassie decidiu enviar o Batalhão Kagnew, uma unidade de elite do Exército Imperial.

Actualmente, a Coreia do Sul dispõe de vários locais que lembram esta amizade com a Etiópia, como o memorial dedicado aos veteranos em Chuncheon. Foi neste local que o Primeiro-Ministro e a Primeira-Dama da Etiópia depositaram uma coroa de flores no domingo, após a assinatura do acordo de financiamento.

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