Cerca de 1,5 milhões de alunos começou mas não concluiu ano lectivo em 2021
Cerca de 1,5 milhões de alunos começaram o ano lectivo 2020/2021, mas não concluíram, revela estudos sobre o impacto da Covid-19 no sistema educativo apresentado, em Luanda, pelo Ministério da Educação em conjunto com a UNICEF.
Dados oficiais indicam que no ano lectivo 2020-2021 foram matriculados, no ensino geral, mais de 10 milhões de estudantes, 3.120.000 dos quais entraram pela primeira vez. Dos 10 milhões matriculados, 15%, isto é, 1,5 milhões de alunos, não concluíram o ano lectivo.
Segundo a directora do Gabinete de Planeamento Estatístico do MED, Irene Neto, a desistência foi registada depois do encerramento das escolas, em 2020, para evitar a propagação do vírus da Covid-19.
Os estudos demonstram que a percentagem maior de desistências se registou no género masculino, nas zonas rurais, nas escolas do ensino secundário, em comparação ao primário, com as províncias de Benguela, Cunene, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Cabinda e Huíla no top da pirâmide.
Para a ministra de Educação, Luísa Grilo, o estudo visa avaliar aspectos relativos ao ensino a distância, saber as razões de desistências no período de Covid-19, avaliar as frequências das crianças, adolescentes e jovens no período de encerramento das escolas.
Por sua vez, a representante do UNICEF, Ivam Yorevi, informou que um relatório da instituição aponta que quase 156 milhões de crianças perderam mais da metade do ensino presencial nos últimos dois anos, em todo mundo, sendo que mais de 62 milhões perderam 75% do ensino presencial, correspondendo a dois triliões de horas de ensino perdidos.