Candidatos às eleições brasileiras investem milhões em dinheiro do próprio bolso
Além dos R$ 4,9 mil milhões do Fundo Eleitoral, dinheiro público destinado às campanhas eleitorais deste ano, os candidatos podem sempre injetar recursos próprios nas candidaturas. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados no portal DivulgaCand, mostram que este tipo de financiamento somava, já R$ 36,3 milhões (cerca de 7,1 milhões de euros).
O empresário Pablo Marçal (Pros) lidera o ranking de autofinanciamento, com R$ 551 mil (108 mil euros). Tentando o quinto mandato como senador pelo Paraná, Álvaro Dias (Podemos) aparece em segundo lugar, com R$ 440 mil (86,1 mil euros) investidos em recursos próprios.
Flávia Arruda (PL), ex-ministra-chefe da Secretaria de Governo do presidente Bolsonaro e deputada federal, investiu R$ 380 mil (74.400 euros) na campanha para o Senado do Distrito Federal.
O empresário Misael Varella (PSD) disponibilizou do seu bolso R$ 310 mil (60 mil euros) em busca da reeleição para a Câmara dos Deputados por Minas Gerais.
Como funciona o autofinanciamento?
A legislação eleitoral determina que o candidato “poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% dos limites previstos para gastos de campanha no cargo a que concorrer.”
No caso de presidenciáveis, o tecto de campanha é R$ 88,9 milhões (17 milhões e 100 mil euros) no 1ª volta e R$ 44,4 milhões (8 milhões e 700 mil euros) na 2ª volta.
Quando o candidato utiliza o autofinanciamento, a Justiça Eleitoral pode exigir que ele comprove a origem e disponibilidade do dinheiro. Além disso, quem vai disputar o pleito só pode utilizar recursos que já integravam o seu património antes do registo da candidatura.