
Ministro da Cultura destaca importância dos centros culturais em Angola
O ministro da Cultura, Filipe Zau, afirmou, segunda-feira, em Luanda, que os espaços culturais vão ajudar a divulgar as obras dos artistas que estão esquecidos no mercado e contribuir para o crescimento da economia nacional.
Filipe Zau fez esta afirmação à margem da visita de constatação às obras dos centros culturais do antigo Cinema Alfa 1 e 2, do Edifício da Gráfica Popular, da Empresa Nacional de Discos e Publicações (ENDIPU), do Cine Tropical, do Cine Teatro Nacional e do futuro Palácio das Artes e Casa do Artista.
Durante a visita, que teve como ponto de partida o Arquivo Nacional de Angola, Filipe Zau, fez um balanço positivo da execução das obras, explicou que está particularmente satisfeito, porque antes não tinham nada, agora têm aparentemente tudo. O ministro disse estar bastante satisfeito com essa jornada, que teve início no Arquivo Nacional de Angola, mas está preocupados com o resgate do património fílmico, que tinha sido abandonado, depois de ter aparecido a era digital.
“Estamos a recuperar o património fílmico, através das instalações da parte de cima, que tem aspectos extremamente interessantes, desde o Içar da Bandeira, que, na altura, não havia digital, passando para outros aspectos como o julgamento dos mercenários, que são extremamente importantes não só para o Arquivo Nacional de Angola, mas também para o Arquivo Fílmico da Cinemateca Nacional”, disse.
Quanto ao Palácio das Artes e Casa do Artista, Filipe Zau reforçou que será um espaço para acolher aqueles artistas sérios que já não cantam por falta de apoio. “Nós entristecemo-nos, muitas vezes, pela forma como o artista acaba por falta de apoio”, lamentou.
A obra, avaliada em 85 milhões de dólares, disse, vai acolher a futura Orquestra Nacional de Angola, um trabalho feito pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, que será entregue em Novembro. “A principal razão aqui do maior atraso era o estacionamento, que já está resolvido. São dois pisos, mas acreditamos que, em 2026, o mais tardar no início de 2027, talvez antes, vamos fazer todo o esforço para que consigamos ter isto pronto. Como estão a ver, estão a trabalhar 24 sobre 24 para que, realmente, possamos ser surpreendidos para que esta obra acabe antes do previsto”, sublinhou.
O governante acredita que, pela própria estrutura, se pensa na criação no Cine Tropical de uma Escola de Dança de Salão, porque, em Setembro, o semba vai entrar na lista do património cultural e imaterial da humanidade. “Entrando na lista, temos de ver se o semba não se dança só nas ruas, mas sim nos salões”, disse.
“Temos muitos desafios pela frente, mas fico satisfeito, porque sem infra-estruturas nada seria possível, e a estrutura é extremamente importante para que possamos desenvolver o nosso trabalho”, realçou.
Apesar dos maiores centros culturais estarem localizados em Luanda, Filipe Zau explicou que existe a perspectiva de se criarem centros culturais em Benguela e no Namibe.
“O que temos, hoje em dia, como pronto é o Palácio de Ferro e o Centro Cultural Manuel Rui, no Huambo. Claro que, com isto, nós já podemos pensar nas digressões, o que acontece em Luanda pode acontecer no Huambo e em Benguela, mas é necessário que construamos mais centros culturais, para que os artistas desenvolvam as suas artes e criem vários pontos de trabalho e contribuam para o PIB”, explicou.