
Legado do escritor Óscar Ribas deve ser estudado pelas novas gerações
O director-geral da Casa-Museu Óscar Ribas, Sidónio Domingos, garantiu, ontem, em Luanda, que a instituição vai continuar a desenvolver programas culturais para a preservação e divulgação da vida e obra do escritor e etnólogo, como forma de incentivar a juventude a conhecer melhor os seus feitos e a valorizar melhor as tradições locais.
Em declarações ao Jornal de Angola, no balanço da jornada cultural e artística da 3.ª edição da “Expo-Ribas”, promovida anualmente na Casa-Museu do seu patrono, garantiu que foram realizadas uma gama de actividadas que ajudou a promover e valorizar o rico legado cultural do escritor, sobretudo para as novas gerações.
Durante os quatro dias de actividade, cuja abertura aconteceu na quarta-feira passada com a inauguração da exposição “A Alma Angolana Revelada na Escrita de Óscar Ribas”, que reuniu documentos da obra “Uanga-Feitiço”, publicada em 1951, segundo Sidónio Domingos, uma das novidades deste ano aconteceu com o acto solene de doação do último espólio do ensaísta e escritor mais notável da literatura angolana por representantes da família e da Fundação Óscar Ribas.
Dos espólios, explicou, foram doados documentos, obras já publicadas e inéditas como (poesias) escritas num dos Lares de Idosos, em Cascais, Portugal, onde viveu até os últimos dias de vida.
Sidónio Domingos detalhou que foram, igualmente, doadas capas com ilustrações do desenhista Neves de Sousa, que marcou a década de 1950 a 1960, bem como encontradas nos seus pertences correspondências entre Óscar Ribas e o escritor, etnólogo e antropólogo brasileiro Luís da Câmara Cascudo.
A 3.ª edição da “Expo-Ribas”, disse, foi preenchida com mostras de artes plásticas, artesanato, feira do livro, teatro e encerrou ontem com uma jornada artística e cultural, que visou comemorar mais um aniversário de Óscar Ribas, que se fosse vivo completaria, sábado, 115 anos. “Tivemos a visita de embaixadores e representantes da União Europeia, pesquisadores, realizadores e cineastas, estudantes e a classe artística no geral, que queriam revisitar o legado de Óscar Ribas”, disse.
O evento, explicou, encerrou com um almoço de confraternização com os membros da família, num momento mais restrito. Reafirmou o compromisso da realização de uma exposição temporária no Museu Nacional de Arqueologia de Benguela, fruto de uma colaboração entre as direcções das duas instituições, marcada para o mês de Novembro do corrente ano.
O objectivo, realçou, é levar ao público de Benguela a herança de Óscar Ribas, que, além de Luanda, também considera as terras das Acácias Rubras seu berço literário e segunda casa. Essa acção, disse, é parte da estratégia para ampliar a sua presença e relevância no cenário cultural angolano.