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Vitória de Ruto saudada entre ambiente de grande confusão e violência

A vitória de William Ruto nas eleições presidenciais quenianas foi saudada internacionalmente, apesar da confusão que se estabeleceu ontem na sala da comissão eleitoral no momento do anúncio dos resultados. Ruto venceu à tangente o rival Raila Odinga, obtendo 50,5% dos votos.

Odinga, o candidato derrotado, ainda não se pronunciou, mas o seu apoiante, Samil Lone, citado pela BBC, referiu que Odinga considerou os resultados “inaceitáveis”. “Não têm credibilidade porque quatro dos sete comissários [eleitorais] não subscreveram os resultados anunciados”, referiu Lone.

Entretanto, hoje, a calma voltou à maior parte do país, depois de celebrações e protestos violentos, após a declaração dos resultados na segunda-feira à noite.

Na cidade natal de Ruto, Eldoret, no Vale do Rift, milhares de residentes invadiram a cidade a festejar a vitória do filho da terra. Ambiente bem diferente  viveu-se na base política de Odinga, a cidade ocidental de Kisumu, onde os residentes montaram barricadas e queimaram pneus como protesto pela derrota. Por precaução, em Kisumu, a maioria das lojas permaneceu fechadas.

No seu discurso de vitória, Ruto apelou à unidade, devendo o país concentrar-se no futuro. “Àqueles que agiram contra nós, quero dizer-lhes que não têm nada a temer. Não haverá vingança. Não temos o prazer de olhar para trás”, acrescentou. Ruto revelou ainda que tinha falado com Odinga. “Telefonei ao meu rival. Concordámos que, independentemente do resultado desta eleição, deveríamos ter uma conversa”, disse aos jornalistas. Ruto elogiou depois o presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebukati, por ter conduzido uma eleição transparente.

Recorde-se que esta foi a primeira vez que o Ruto, de 55 anos, se candidatou à presidência, após servir durante nove anos como vice-presidente de Uhuru Kenyatta.

Já Odinga, antigo primeiro-ministro de 77 anos, candidatou-se à presidência pela quinta vez.

Ao contrário de eleições anteriores, esta campanha foi dominada por questões como lidar com o aumento do custo de vida, questões económicas e combate à corrupção. Não se registou o mesmo nível de mobilização do voto étnico que se verificou em eleições anteriores. Contudo, de acordo com diversos analistas, Odinga poderá contestar o resultado.

Recorde-se que o Supremo Tribunal Queniano anulou as últimas eleições em 2017 e ordenou uma repetição. Poderá ter de tomar outra grande decisão dentro de algumas semanas.

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