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Taxa média de abastecimento de água no país é de 65%

Angola conta actualmente com uma taxa média de abastecimento de água potável de 65 por cento, nível ainda insuficiente, segundo o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

Ao falar à imprensa, esta segunda-feira, dia 27, à margem da cerimónia de abertura da reunião conjunta de Altos Funcionários e Responsáveis da Energia e Águas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), o governante reconheceu que a realidade ainda é preocupante, principalmente nas grandes cidades, como é o caso de Luanda.

Para a mudança de paradigma, reiterou que o Executivo tem feito um esforço significativo de investimentos e construção de infra-estruturas e sistemas de abastecimento como o do Bita, em Luanda, do Kilonga, em Ndalatando, na província do Cuanza-Norte, e dois outros em Saurimo, Lunda-Sul.

“À medida que a população cresce, sendo a taxa de cerca de 3,5 % ano, vai crescendo a necessidades de água, de forma que o investimento deve ser contínuo”, referiu.

Relativamente à energia, disse que a grande prioridade é investir na rede de transporte e interligar a região centro (Benguela, Huambo e Bié) com a região sul (Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango), bem como o leste (Lunda-Sul, Lunda-Norte e Moxico), estando a ser preparada uma outra, até 2027, de Cabinda com o Soyo.

Prevê-se instalar sistemas de distribuição de energia limpa, sem combustível, que vai permitir acesso a cerca de seis milhões de pessoas até o final do ano 2027.

A nível regional, referiu que se pretende facilitar as interligações com investimento privado, bem como tentar atrair empresas que queiram vender energia a países vizinhos de forma a reduzir o défice, o que, obviamente, trará recursos cambiais.

“O Estado vai vender energias para ser transportada para países vizinhos”, frisou.

Segundo João Baptista Borges, o país tem dado passos consideráveis, sendo que antes o défice era em quase todo o território nacional e actualmente há um superávite de produção de energia, porém, ainda com alguma necessidade de fazer-se mais.

Por seu turno, a secretária executiva adjunta e responsável pela integração da SADC, Angéle Makombo N’tumba, considerou que a região para melhorar o défice energético necessita de um investimento de 62 biliões de dólares.

Segundo a responsável, actualmente o investimento está avaliado na ordem de 10 biliões/ano.

Para o efeito, estão em diálogo parceiros de cooperação com Estados membros para que invistam mais e aloquem orçamentos para ratificar esta situação.

O evento vai tratar assuntos comuns, como o défice energético da região e algumas crises em países membros, que afectam as suas economias.

A necessidade de interligação entre os países e de combustíveis menos poluentes para a electrificação serão igualmente abordados no encontro.

No sector das águas, foram também referenciados os problemas de acesso, visto ser ainda esta insuficiente para as necessidades dos países, sobretudo para o combate de doenças como a cólera.

A adopção de uma estratégia comum de gestão dos recursos hídricos, particularmente os partilhados, está entre os assuntos a analisar. A reunião de altos funcionários está igualmente a discutir e preparar assuntos críticos de aprovação pelos comités de ministros responsáveis por este sector.

Estes estão incumbidos de aplicar os conhecimentos técnicos sobre as questões descritas na agenda adoptada para a tomada de decisões apropriadas pelos ministros, a acontecer no dia 30 do corrente mês.

As questões a serem abordadas pelo sector energético incluirão a actividade chave para a segurança  do aprovisionamento energético nomeadamente, a situação da procura e oferta de energia na região, o progresso regional de geração prioritária, situação dos projectos de ligação transfronteiriça, desenvolvimento do sector a nível regional e proposta de financiamento para infra-estrutura de transporte.

No âmbito do sector das águas, o programa inclui o desenvolvimento do 5º Plano de Acção Estratégico Regional sobre Gestão e Desenvolvimento Integrado de Água, o Programa de Gestão de Águas Subterrâneas, bem como saneamento e gestão da água, surto regional da cólera e a seca.

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