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Rússia aproveita o vazio francês no Mali

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, continua o seu périplo africano. Na segunda-feira à noite aterrou em Bamako, capital do Mali, para uma visita que classificou de “amizade e trabalho”.

“Vamos planear etapas adicionais no campo da educação, através de instituições militares de ensino superior, e no campo do fornecimento de armas e equipamentos militares”, anunciou o chefe da diplomacia russa sem avançar pormenores. Prometeu ainda um maior envolvimento russo no país, incluindo o envio de pessoal militar. Criticou ainda as “abordagens neocolonialistas” dos países ocidentais.

A visita de Lavrov ao Mali, assolado pela violência jihadista e por uma profunda crise em vários sectores, é o culminar de uma aproximação entre os russos e os militares malianos, que, em 2021, romperam a cooperação militar com a França e os seus parceiros.

Segundo as autoridades malianas, esta é uma visita “especial” – é a primeira vez na história do país que um chefe da diplomacia russa visita Bamako. A deslocação “materializa a vontade firme” dos Presidentes Assimi Goïta e Vladimir Putin “de dar um novo impulso” à sua cooperação nos domínios da defesa e da segurança, bem como a nível económico, afirmou o ministro maliano das Relações Exteriores, Abdoulaye Diop.

Recorde-se que a 25 de junho de 2019, a Rússia e o Mali concluíram um acordo de cooperação militar à margem do fórum do Exército de 2019, organizado perto de Moscovo, assinado pelos Ministros da Defesa dos dois países, Sergei Shoigu e Ibrahim Dahirou Dembélé. O acordo previa a cooperação militar e de segurança. Já em novembro de 2022, durante a visita do ministro da Segurança do Mali, Daoud Aly Mohammedine, a Moscovo, os dois países assinaram um acordo de cooperação em matéria de segurança, inteligência, gestão de riscos e catástrofes, combate ao narcotráfico e formação.

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