Ramaphosa reeleito na presidência da África do Sul
Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul desde 2018 e líder do Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês) desde 2017, foi reeleito, no passado sábado, dia 15, pela Assembleia Nacional sul-africana na Cidade do Cabo, com 283 votos graças a uma coligação entre o seu partido e a Aliança Democrática (DA, sigla em inglês).
Depois de garantir o segundo mandato, em discurso à Assembleia Nacional, Ramaphosa, de acordo com as suas mais recentes declarações relativas aos resultados das eleições, comprometeu-se a governar com todos: “Servirei e governarei com todos, até para aqueles que não me apoiaram“, como avançou o site Africanews.
Há uma semana, e depois de terem sido anunciados os resultados das eleições que puseram fim à maioria absoluta do seu partido, Ramaphosa considerou que as eleições mostravam que a África do Sul tinha uma democracia “robusta” e que via vontade do povo sul-africano em querer “um país melhor”. Para Ramaphosa, o fim da maioria absoluta do ANC na Assembleia mostra que os sul-africanos querem que “as organizações políticas encontrem terreno comum para resolver as suas diferenças e trabalhar em prol do bem de todos”. “O povo falou, quer se goste ou não” sublinhou ainda o Presidente sul-africano.
Embora o principal partido da oposição fosse o DA, foi contra Julius Malema, líder do EEF, (Economic Freedom Fighters, sigla em inglês), o quarto partido mais votado, que Ramaphosa concorreu pela presidência da África do Sul. Pela primeira vez, o ANC e a DA deixaram de lado a sua rivalidade histórica, garantindo a vitória esmagadora de Ramaphosa com 283 votos contra os 44 de Malema.
A reeleição de Ramaphosa deu-se poucas horas depois da formação de uma coligação improvisada e inédita entre o ANC e a DA (que ficou em segundo lugar nesta eleições) – até agora, o principal partido da oposição. Em linha com as declarações de Ramaphosa, John Steenhuisen, líder da DA, garantiu que o apoio da oposição se deve à vontade do povo: os sul-africanos decidiram que “não queriam que um único partido dominasse a sociedade. As pessoas avisaram-nos ainda que se acabou o tempo da responsabilização e que é o momento para uma nova política de colaboração e de resolução de problemas” como avançou o jornal britânico The Guardian.
Malema, que fundou o EEF em 2013, aquando da sua expulsão do ANC, garantiu não participar num governo que conta com o apoio da DA, que descreveu como um partido “neo-colonial” e definiu como o “principal inimigo” do seu partido marxista. Clarificando ainda que “isto não é um governo de união nacional, mas sim “uma grande coligação entre o ANC e o monopólio branco do capital. A história julgar-vos-á duramente“, avançou citado pelo France24.
Assim mesmo, Nhlamulo Ndhlela, líder do MK (uMkhonto weSizwe), o terceiro partido mais votado, garantiu que a coligação entre os dois partidos era “ilegal” e “inconstitucional”.
Rússia aposta no diálogo construtivo
O Presidente russo, Vladimir Putin, mostrou-se confiante quanto à continuação de um “diálogo construtivo” sobre as questões que marcam a agenda bilateral internacional. “Apreciamos muito a sua contribuição pessoal para o desenvolvimento de relações de parceria estratégica entre os nossos países,
bem como para a interação produtiva entre a Rússia e a África do Sul no âmbito da ONU [Organização das Nações Unidas], do BRICS [grupo que defende que as economias emergentes devem ter mais influência na política internacional], do G20 [Grupo de ministros das Finanças e governadores de bancos centrais das maiores economias] e de outras estruturas multilaterais”, lê-se na mensagem de Putin, publicada no site do Kremlin. “Terei o maior prazer em recebê-lo na cimeira do BRICS, que se realizará em Kazan, de 22 a 24 de Outubro”, sublinhou ainda Putin, desejando ao seu homólogo sucesso no seu trabalho.