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Lunda Norte lança programa de fomento da suinicultura

A província Lunda-Norte vai lançar, a partir do próximo mês, o programa de fomento de gado suíno, que deverá beneficiar trinta e cinco criadores locais.

Em declarações ao Jornal de Angola, o director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas, José Mendes, adiantou que a província espera receber do Ministério de tutela um total de 150 cabeças de suínos, no âmbito do projecto de suinocultura que tem como objectivo aumentar a renda familiar, combater a fome e pobreza, no seio das comunidades camponesas.

Segundo o responsável, o projecto prevê incentivar a actividade produtiva, tendo adiantado que cada beneficiário, receberá entre um a dois casais do gado suíno, para o suporte à iniciativa de actividade de criação na Lunda-Norte.

“O projecto representa uma mais-valia, tendo em conta que contribui para o aumento da renda familiar, combate à fome e à pobreza no seio das comunidades camponesas, tendo em conta que cada produtor vai beneficiar entre um a dois casais”, declarou o director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas.

Capacitação dos beneficiários

Além da entrega do gado, o Ministério da Agricultura e Florestas vai também promover uma acção formativa para a capacitação dos beneficiários sobre técnicas adequadas de criação , desenvolvimento e reprodução animal, disse José Mendes.

O também engenheiro agrónomo sublinhou que o projecto irá disponibilizar aos criadores raças de gado já existente em algumas aldeias da província, na sequência das acções técnicas implementadas no passado pela então Companhia de Diamantes de Angola (DIAMANG).

José Mendes considerou que com as condições ecofisiológicas que permitiram à antiga multinacional diamantífera desenvolver a criação de gado suíno, pelo menos até aos finais da década de 1980, é possível   nos dias de hoje implementar com êxito o programa.

No passado, de acordo com o director, existiram vários projectos semelhantes nas localidades do Cossa e Nordeste, no município do Cambulo, Cacanda e Mukologi, no Chitato e Calonda no Lucapa que do ponto de vista de fornecimento da carne e outros derivados de porco, abastecia, as principais vilas mineiras da Lunda-Norte.

Com base na experiência anterior, José Mendes afirmou que o novo projecto visa tornar a Lunda-Norte auto-sustentável em termos de produção da carne suína.

O Cossa,   por exemplo, município    do Cambulo foi um perímetro agro-pecuário, potencialmente rico na criação de gado, o que espelha bons indicadores para o aumento da população animal.

As espécies do gado denominado de Ganda 1 e 2 que a província   da Lunda-Norte vai receber, são resistentes à peste suína africana, aliada à sua taxa de fecundidade com uma média de catorze crias, contra as quatro actuais.

A falta de cuidados em termos de alimentação e o cruzamento entre parentes animais próximos, tem sido o principal factor do baixo   índice de fecundidade de gado suíno existente na Lunda-Norte, mas José Mendes acredita que com   o novo projecto que engloba técnicas de treinamento, as perspectivas apontam para o aumento da população animal.

A meta estabelecida pelas autoridades, disse, é que o projecto abranja mais de 1.500 famílias da Lunda-Norte, residentes em comunidades com elevado índice de pobreza.

Província incentiva avicultura

O director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas lembrou que o sector iniciou, em 2021, o projecto de fomento da avicultura, voltado fundamentalmente para o reforço da criação de galinhas no seio da classe empresarial e associações de camponeses.

O Programa de Fomento da Produção Avícola Familiar consta entre os principais desafios do governo local, com vista a assegurar o aumento da produção interna e a redução das importações. Cada beneficiário recebeu 12 pintos para o fomento da avicultura e ajudar na redução do índice da procura de ovos nos principais mercados da província.

José Mendes adiantou que vão ser distribuídos mais pintos para famílias camponesas, em colaboração com a Associação de Mulheres Empreendedoras.

Mais de dois milhões de toneladas de produtos vão ser colhidas

Um total de  297.750,2 hectares de terras está a ser preparado para a campanha agrícola 2022/2023, segundo declarações ao Jornal de Angola, ao chefe do Departamento Provincial do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), Catembue Camuanga.

A província estima colher mais de dois milhões de toneladas de produtos diversos, representando um aumento de 10 por cento em relação à época anterior.

Lembrou que a tarefa da sua instituição está consubstanciada em trabalhar com as comunidades que têm a agricultura como principal actividade, para que a Lunda-Norte tenha mais produtores e alcançar os níveis almejados.

Informou que apesar de os projectos em carteira que visam a modernização do sector, a província debate-se ainda com uma gritante   falta de técnicos agrónomos e meios de transporte, para a sua deslocação aos campos agrícolas e dar a assistência técnica.

A época agrícola que se avizinha deverá contar com 171.898 produtores, tendo referido que nem todos vão receber assistência técnica do IDA por causa do reduzido número de recursos humanos, uma vez que a instituição está apenas representada em três (Lucapa, Capenda-Camulemba e Cuango), dos 10 municípios da Lunda-Norte.

Catembue Camuanga informou que o sector prevê dar assistência para 1.840 camponeses, representando um por cento do total dos produtores que a província controla, sendo que a norma é que com o número de quadros suficientes, cada técnico do IDA devia prestar ajuda a oito aldeias da província, com a finalidade de garantir uma cobertura satisfatória.

“Com a presença de especialistas do IDA em todos os municípios, a cadeia produtiva ganha outra dinâmica e os resultados são altamente positivos, desde a preparação das áreas de cultivo, até estimativas de rendimento através da comercialização”, considerou.

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