Greve dos enfermeiros: Governo e Sindicato reúnem hoje
O Ministério da Saúde e o Sindicato Nacional dos Enfermeiros reúnem-se, hoje, em Luanda, visando o levantamento da greve dos enfermeiros, iniciada ontem, dia 7.
Segundo o director nacional dos Recursos Humanos do Ministério da Saúde, Baptista Monteiro, o Sindicato dos Enfermeiros entregou, dia 6 de Outubro, um cader-no reivindicativo, com 15 pontos, que foram devidamente tratados pela comissão criada pela ministra de Estado para Área Social, Dalva Ringote.
Em relação ao pagamento dos subsídios aos profissionais que trabalharam na época da Covid-19, um dos motivos da greve, deu a conhecer ao Jornal de Angola que mais de 80% dos enfermeiros já foram pagos.
“Os subsídios da Covid-19 são para os profissionais que trabalharam nos postos fronteiriços, aeroportos, centros de quarentena e postos de vacinação”, lembrou Baptista Monteiro, acrescentando que, apesar da greve, em todo o país, os serviços de saúde estão assegurados.
Baptista Monteiro garantiu que o processo de pagamento de subsídios decorre em todo o país e em Luanda foram pagos cerca de oito mil profissionais.
“O Ministério da Saúde está a pagar os subsídios da Covid-19 e pediu ao Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola a lista dos profissionais que trabalharam durante a pandemia, de modo a continuar a solucionar o problema da dívida”, disse Baptista Monteiro, garantindo que vão, também, ser pagas as horas extraordinárias.
Serviços mínimos garantidos
O Sindicato dos Enfermeiros de Angola está aberto ao diálogo e caso os sete primeiros pontos sejam satisfeitos em tão pouco tempo a greve será anulada e todos os enfermeiros voltarão aos seus postos de trabalho.
Quem o diz é o secretário geral do Sindicato dos Enfermeiros, Cruz Matete, acrescentando que todos os enfermeiros foram orientados a observar os serviços mínimos e a reforçar as equipas em caso de emergência.
Deu a conhecer que o primeiro ponto diz respeito à reposição dos subsídios correspondentes às 48 horas que foram acrescidas semanalmente, de acordo com a lei, pagas, apenas, de Maio a Julho.
“A partir do mês de Agosto, o Ministério da Saúde deixou de pagar, alegando que os enfermeiros só podem ganhar pelas 48 horas de trabalho por mês, enquanto a lei defende 48 horas por semana para enfermeiros e médicos”, sublinhou Cruz Matete, acrescentado que os médicos continuam a receber pelas horas que fazem por semana.
Segundo o sindicalista, o segundo ponto está relacionado com o pagamento do subsídio de Covid-19 a todos os profissionais. “Infelizmente, o Ministério da Saúde quer pagar, apenas, aqueles que trabalharam na área de Internamento, situação lamentável e discriminatória, porque o doente para ir ao internamento tem de passar pelo Banco de Urgência, onde se faz o primeiro rastreio”.
Cruz Matete disse que o terceiro ponto diz respeito à actualização das categorias de todos os enfermeiros, que melhoraram o seu nível académico. “Não se pode continuar a aceitar que os novos contratados pelo Ministério da Saúde tenham salários mais altos em relação aos que estão no sector há mais de dez anos, porque antiguidade, também, é um posto”.
Acrescentou que o Ministério da Saúde há vários anos que não promove ou actualiza a categoria de muitos enfermeiros, quando a lei diz que devem ser feitas de três em três anos, de acordo com as vagas existentes nas unidades sanitárias.
Cruz Matete, que não falou sobre os outros pontos, concluiu dizendo que a adesão da greve é satisfatória, na ordem de 75%.