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EUA e Angola estabelecem parceria para minerais críticos

Os EUA querem desenvolver parcerias com Angola na sector dos minerais críticos, focadas numa regulamentação mais atrativa para os investidores, apoio à pesquisa e financiamento à exploração, adiantou, ontem, quinta-feira, dia 13, o secretário adjunto norte-americano de Recursos Energéticos, Geoffrey Pyatt.

Pyatt, que ontem iniciou o 4.º Diálogo Energético Angola-EUA, com os ministros angolanos Diamantino Pedro Azevedo (Recursos Minerais, Petróleo e Gás) e João Baptista Borges (Energia e Águas), adiantou à agência Lusa alguns pormenores dos acordos que pretendem concretizar. “No caso dos minerais, vamos avançar com o programa de assistência técnica, que visa ajudar na capacitação de Angola para desenvolver um quadro legal e regulamentar mais atractivo para os investidores, mas também melhorar a pesquisa dos recursos minerais”, disse o responsável, salientando que a delegação norte-americana integra técnicos de geologia, entre outros especialistas.

Geoffrey Pyatt pretende falar também com os governantes angolanos sobre a Parceria para a Segurança dos Minerais, que junta 14 países e a União Europeia para catalisar o investimento público e privado para cadeias de abastecimento responsáveis de minerais críticos a nível mundial.

Assistência técnica

O objetivo é “ajudar a promover o diálogo e contactos entre os países produtores e os países que, potencialmente, podem comprar essa produção de minerais críticos e apoia os investimentos avultados” que são necessários, referiu.

“Temos de aumentar massivamente esses volumes de grafite, de cobre, cobalto, lítio, níquel, zinco, precisamos de muito mais destes minerais para cumprir as metas climáticas, por isso queremos ajudar Angola a identificar os seus recursos, mas também a desenvolver um quadro que assegure que os benefícios desses recursos ficam em Angola”, declarou à Lusa.

Questionado sobre as vantagens norte-americanas perante outros países que estão também na corrida aos minerais, salientou que os EUA têm uma oferta melhor em termo de padrões ambientais, sociais e de governação, e no que diz respeito à mobilização de capital, com empresas disponíveis para financiar o desenvolvimento destes recursos. Deu como exemplo o corredor do Lobito, que apontou como um “multiplicador” para o desenvolvimento destes recursos.

Relações EUA-Angola cada vez mais frutuosas

Na sessão de abertura, Geoffrey Pyatt, disse que o Departamento de Estado realiza apenas 20 destes diálogos com os parceiros energéticos mais próximos e que tem como objectivo relacionar-se de forma mais estreita com os parceiros africanos.

Congratulou-se com o facto de o primeiro diálogo acontecer em Angola, um país que é um importante fornecedor de energia tradicional e que é um líder em ascensão em matérias de transição energética.

Este diálogo, que não acontecia há oito anos, surge numa altura em que o mundo da energia é “muito diferente de (…) 2016”, salientando a grande aposta da administração Biden na relação EUA-Angola, que culminou com um encontro entre os dois chefes de Estado na Casa Branca.

No que diz respeito às questões em torno dos minerais críticos e recursos energéticos sublinhou que “o mundo estará a comercializar muito menos petróleo fosseis até 2050”, havendo por outro lado, “um enorme aumento no volume de comércio de cobre, lítio, níquel, zinco, terras raras, cobalto – todos os componentes-chave de uma economia de energia sustentável.”

“Estamos muito, muito entusiasmados que a (…) equipa no Gabinete de Energia do Departamento de Estado esteja a lançar um programa de cooperação técnica com o MINREMPET, visando desenvolver as estruturas regulatórias e políticas para ajudar Angola a atrair investimentos”, destacou.

O responsável norte-americano mostrou-se também entusiasmado com o potencial que “Angola possuía para desempenhar um papel muito maior na cadeia de abastecimentos de energia e minerais global, mas também para desenvolver os recursos e a capacidade de processamento desses minerais, porque o mundo precisará de um fornecimento muito maior dessas commodities [para] alimentar uma economia eletrificada”.

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