Engenheiros alertam irregularidades nas obras das ravinas no Luena
Engenheiros de construção civil reprovaram os procedimentos adotados para estancamento das ravinas localizadas nas imediações da engenharia, no bairro Aço, a sul do Luena, província do Moxico.
As obras das referidas ravinas iniciadas em Abril último, financiadas pelo Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), medem 11 a 20 metros de profundidade e 200 a 500 de cumprimentos.
As referidas ravinas ameaçam destruir residências no bairro Aço, um dos mais antigo a sul do Luena, e o troço da Estrada Nacional (EN) 180.
A ANGOP constatou no local, que parte da vala de drenagem que está a ser construída no interior da ravina, para encaminhar as águas oriundas da zona norte da cidade, está a ser edificada com blocos maciços.
Em declarações à ANGOP, a propósito dos trabalhos, o engenheiro de construção civil Henrique Kitanika discorda das técnicas usadas pela empresa angolana Mutemeka e Filhos para o estancamento das erosões, alertando que não suportará a quantidade das águas das chuvas.
De acordo com este especialista, essa vala de drenagem deveria ser construída com muro de betão com espessura aceitável, que permita suportar a quantidade das águas que se encaminham para o rio Luena, uma vez que se trata de uma zona com muita inclinação.
O técnico de construção Cláudio Mucanda corrobora da opinião de Henrique Kitanika, afirmando que a vala em construção naquele projecto requer um betão especializado e resistente com vista a obter maior eficácia.
O técnico alerta que caso não se faça a devida correcção, corre-se o risco de o trabalho não demorar por muito tempo, apelando à empresa de fiscalização a exigir maior rigor na execução do projecto público.
Empresa de fiscalização discorda
Por sua vez, a Engconsult, empresa fiscalizadora do projecto, garante que a obra está a obedecer os padrões exigidos no contrato, assegurando a existência de qualidade no final da empreitada.
Em declarações à ANGOP, o seu responsável, Júlio Máquina, minimizou as preocupações levantadas, afirmando que tecnicamente a obra não apresenta quaisquer irregularidades, uma vez que está a seguir um estudo prévio que foi realizado, que visou analisar a condução das águas naquela região.
Segundo o responsável, a vala de drenagem tem um metro de altura, 50 centímetros dos quais construídos de betão e a outra metade com blocos maciços, sendo que as águas não poderão atingir um metro de altura, de acordo o estudo preliminar.
Justificou que a empresa adoptou o método de misturar blocos e betão devido ao orçamento do projecto que considera baixo, “uma vez que o trabalho feito apenas com betão ser muito dispendioso”, disse.