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Bom senso pede-se para a transladação do corpo de JES para Angola

As atenções de todos os angolanos estão viradas para Barcelona, de onde se espera a decisão judicial sobre a transladação do corpo do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, para um funeral com todas as honras que lhe são devidas, e cuja sentença poderá ser conhecida nos próximos dias. Mas o processo está a ser dificultado por uma acção judicial movida por uma ala dos filhos, liderada por Welwitschea dos Santos, mais conhecida por Tchizé.

O Presidente Emértito do MPLA faleceu no dia 08 do corrente mês, em Barcelona, Reino de Espanha, vítima de doença.

A transladação do corpo para um funeral com todas as honras que lhe são devidas, enquanto antigo Chefe de Estado, está a ser dificultada devido a uma acção judicial movida por uma ala dos filhos, liderada por Welwitschea dos Santos, mais conhecida por Tchizé.

É bem verdade que os filhos constituem o elo mais forte de uma família, aos quais cabe decidir, em condições normais, o local do enterro dos seus entes queridos, sem, no entanto, descurar as nossas tradições.

Contudo, tratando-se de um antigo Presidente da República, com estatuto próprio aprovado pelo Parlamento, cabe, à luz do direito positivo, ao Estado proporcionar um funeral condigno ao então mais Alto Magistrado do país, respeitando e conciliando todos os interesses.

Infelizmente, até agora todas as tentativas de diálogo com os filhos e outros familiares, por parte do Executivo angolano, para a transladação do corpo, não foram bem sucedidas, devido à intransigência da ala, aparentemente, capitaneada pela senhora Welwitschea, que chegou mesmo a ofender publicamente o actual Chefe de Estado, João Lourenço, a antiga primeira-dama, Ana Paula dos Santos, e outros familiares do seu falecido pai.

Essa ala, conforme ficou demonstrado, pretende usar o corpo do pai para propósitos desalinhados com o “sentimento familiar e da Nação”, sentimento esse que passa por conceder um funeral de Estado e uma despedida à dimensão do estatuto do Arquitecto da Paz.

Ante o impasse que se verifica, várias vozes, incluindo até dos mais acérrimos detractores de José Eduardo dos Santos, não se cansam de apelar ao bom senso da ela queixosa, para que se honre o bom nome do Estadista, que deixa um enorme legado aos angolanos, sobretudo a conquista da paz efectiva e a reconciliação nacional entre irmãos então desavindos.

Por conseguinte, o Executivo angolano está a lutar para preservar a ordem jurídica angolana, pois JES morreu com o estatuto de antigo Chefe de Estado. Ou seja, a figura em causa é a do antigo Presidente da República, que dedicou grande parte da sua vida na condução dos destinos de Angola, e manteve o país soberano e indivisível ao longo dos 38 anos do seu consulado.

O bom senso é, de facto, o mínimo que se exige a todos, particularmente aos filhos que se opõem à transladação do corpo para já, porquanto, segundo alguns respeitados juristas, tendo sido declarado pelo laudo medico-legal que a morte do antigo Presidente ocorreu por causas naturais, não há razões para inviabilizar a transferência do corpo para o seu país.

Portanto, não existindo um desejo contrário, devidamente expresso pelo “de cujus” quando em vida, dada a sua qualidade, em termos protocolares aceites pelos Estados a nível diplomático, os seus despojos devem ser entregues às autoridades angolanas para as exéquias oficiais.

Alinhando com os filhos da ala contrária, alguns analistas e políticos apontam o dedo ao Executivo do Presidente João Lourenço, referindo que pretende tirar dividendos políticos, já que se avizimham as próximas eleições. Essa é uma opinião grave e irresponsável.

Aos indivíduos que assim agem, urge recordá-los, conrcordem ou não, que o MPLA tem o seu caminho já feito, de modo que a morte de JES em nada influenciará a sua caminhada rumo à vitória no dia 24 de Agosto, a qual, certamente, contaria com o apoio do Presidente Emérito do Partido.

Enfim, seria de todo aconselhável que os filhos da ala contrária reflectissem seriamente sobre a nota publicada pelo respeitado advogado Benja Satula, da qual extraímos o seguite:
“(….) como Pai, embora não esteja fisicamente, doí-me ver a miséria e a tristeza, todas estas desgraças que pairam sobre os meus filhos, eu fui e sempre serei o único culpado disso, gostaria que me compreendessem que não é pura vaidade, mas é a dor que carrego, não ter permitido a união entre os meus filhos, o meu corpo pouco importa, a maior dor que carrego é ver os meus filhos assim desavindos”.
Este comovente depoimento talvez os ajude a compreender que a união é sacrossanta na hora da morte, sobretudo daquele que foi também o pai e o Presidente de todos os angolanos.
Tanto os que o idoltravam como os que o odiavam são unânimes em defender que José Eduardo dos Santos merece um funeral condigno em Angola e ser solene e merecidamente reconhecido pelo seu legado, “por muito que custe a muitos”.

Paz eterna à Sua alma!

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