Angolana representa Reino Unido na Bienal de Veneza
Um tanque de lavar roupa, balaustrada da era colonial, vestido de mulher rendado e pegadas humanas são os quatro elementos da instalação “Sabão Azul e Água”, que a artista apresenta na Itália.
A artista angolana Sandra Poulson, de 28 anos de idade, é uma de seis artistas que estão a representar o Reino Unido na Bienal de Veneza, com uma obra que reflecte sobre a bisavó e a herança da colonização portuguesa em Angola.
Um tanque de lavar roupa, uma balaustrada da era colonial, um vestido de mulher rendado e pegadas humanas são os quatro elementos da instalação artística “Sabão Azul e Água”, da jovem angolana.
A obra faz uma reflexão sobre a influência ainda presente da colonização portuguesa na sociedade angolana e que foi inspirada no próprio passado da artista, nascida em Luanda, que recordou a história da sua bisavó, que era lavadeira e que lavava roupa para famílias portuguesas, prática com a qual garantia o sustento da família.
“Esta obra pensa muito nessa relação das várias pessoas dessa sociedade que ainda estão a processar esse processo de ter perdido alguma coisa, mas que também se identificam com aquilo que foi imposto e que foi transmitido pela ocupação portuguesa”, explica a artista à RFI.
Sandra Poulson mudou-se em 2014 para Londres para estudar moda. Ganhou vários prémios e participou em exposições colectivas e feiras de arte.