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África do Sul disposta a mediar conflito russo-ucraniano

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que os seus colegas russo e ucraniano concordaram em acolher uma iniciativa de paz africana destinada a resolver a guerra de quase 15 meses, informou a Reuters esta terça-feira, dia 16.

“As minhas conversas com os dois líderes [o Presidente russo Vladimir Putin e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky] demonstraram que ambos estão prontos para receber os líderes africanos”, afirmou Ramaphosa, citado pela Reuters.

De acordo com a agência noticiosa estatal russa, RIA Novosti, Ramaphosa afirmou que a iniciativa contou com o apoio dos líderes da Zâmbia, Senegal, Congo, Uganda e Egipto. Segundo a Reuters, Ramaphosa adiantou ainda que o Secretário-Geral da ONU, os Estados Unidos e o Reino Unido haviam sido informados sobre a iniciativa africana. Ramaphosa acrescentou que Washington e Londres expressaram um apoio “cauteloso”.

A visita de missões africanas, que Ramaphosa disse que terá lugar “o mais rapidamente possível”, segundo a AFP, tem como objectivo “discutir a forma deste conflito poder ser resolvido. Se isso será bem-sucedido ou não, vai depender das discussões que serão efectuadas”, disse Ramaphosa.

O líder sul-africano afirmou anteriormente que o seu país era neutro na guerra russo-ucraniana. A África do Sul, membro do Tribunal Penal Internacional, tem-se mostrado reticente quanto à sua posição relativamente ao mandado do TPI para prender Putin por crimes de guerra.

Fontes governamentais, citadas pelos meios de comunicação social sul-africanos, disseram este mês que não teriam “outra alternativa” senão prender Putin se este participasse numa cimeira na cimeira dos Brics a ter lugar no país em Agosto. O partido de extrema-esquerda Combatentes da Liberdade Económica, de Julius Malema, o terceiro maior da África do Sul, afirmou esta semana que tencionava apresentar um projecto de lei para retirar o país do TPI. As suas intenções ainda não são claras.

A mediação africana para o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial segue-se a uma oferta semelhante da China. A iniciativa de Pequim foi criticada por Kiev e pelos seus aliados ocidentais por justificar implicitamente a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os países ocidentais prometeram continuar a fornecer armas a Kiev para combater as forças russas, enquanto as tropas ucranianas se preparam para uma contra-ofensiva de alto risco.

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